segunda-feira, 13 de abril de 2009

Moulin Rouge

Escutando a trilha sonora de Moulin Rouge, penso na relação entre o amor e o ato de escrever, principalmente se for um amor sofrido e doído. A fase em que mais escrevi foi quando ele se foi, sumiu sem aviso, deixou-me sem refúgio e sem direção. Escrevia sobre a dor, o fim do amor. Hoje seria muita hipocrisia escrever sobre ele. Foi-se, não sinto mais nenhuma falta, só lembrei-me dele porque estava lendo meus antigos textos. Hoje tenho que procurar lá no fundo um assunto sobre o que escrever. Escrevo sobre mim. Admiro os que não sofreram com uma desilusão no amor e escrevem sobre isso perfeitamente. Não tenho tamanho dom. Ultimamente tenho sentando por aqui para registrar uma calmaria que me acompanha já faz um tempinho. Achava eu que já estava na hora de um novo amor me arrancar dessa leveza, mas vejo que estou bem assim. Estou bem comigo mesma. Só assim me conheço, sento para escrever como sou além de outrem, como sou realmente, sozinha, como sei sorrir desacompanhada, como ainda vejo beleza por mim mesma sem que alguém me aponte. Ponho no papel minha personalidade e me analiso com olhos compreensíveis. Perdoo minhas falhas e admiro minhas qualidades. Pensando bem, ficar um pouco sozinha não faz mal a ninguém. Mas que eu queria um Ewan McGregor cantando apaixonado para mim, eu queria.

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