quinta-feira, 30 de abril de 2009

Desencontro

Geralmente não havia nada quando eu ou você não estávamos aqui.



Hoje eu e você estamos aqui e já não há mais nada.

sábado, 25 de abril de 2009

Abraço

É pôr dois corações juntos, coladinhos.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Expectativas

Eis aí o meu maior problema. Acreditar demais, esperar demais. Sempre quero que as coisas perdurem o suficiente, que elas permaneçam comigo da melhor forma, para eu aproveitá-las por inteiro. Mas isso raramente acontece comigo. As pessoas sempre passam rápido por mim. Ficam por um tempo, levam um pedaço meu e deixam um pedaço seu comigo. Mas nunca voltam para buscar tal pedaço. Nunca voltam. Tudo passa, e logo comigo que queria tanto reter as coisas, absorvê-las. Respirar os momentos bons, inalar amores, absorver amizades. Mas tudo passa, logo comigo que espero tanto. Espero tanto da vida, espero tanto de mim, espero tanto dos amores, amigos. Pensei em terminar de escrever falando que a solução para mim seria parar de sonhar, de esperar, de criar expectativa com algumas coisas que mal começaram. Mas não, esta não é a solução. Espero sim, espero o melhor da vida. E vou continuar assim. Quem sabe um dia alguém não decide ficar por aqui.

sábado, 18 de abril de 2009

Passou

Um ano passou. Sua vida deu uma reviravolta, não é mais a mesma. Tudo saiu do lugar para sempre. Ela está na universidade, sua preocupação momentânea é passar no teste de direção. Logo ela, que sempre foi tão sonhadora, encontra-se rodeada de tanta realidade. Seu coração aperta, querendo voltar a ter uma dona criança, sem preocupações. Ela até que tenta explicar-lhe que isso não é possível, ela cresceu. Não tem como voltar, ela até queria. Mas corações são assim mesmo, sempre inconformados. Tanto seu coração quanto ela própria terão que entender que a vida não para, nunca para. Ela é levada por uma ventania e mal tem tempo de pentear os cabelos, quando percebe, já está dez anos mais velha. A sua maior agonia é que ninguém parece se importar com isso, todos estão correndo sempre, e nem se dão conta que não foi um dia que se passou, mas sim um mês inteiro. Ela tem essa vontade de viver tão grande, mais tão grande que ela parece sentir tudo mais que os outros, e por isso sofre mais. Tem gente que não vive a vida toda e nem se dá conta. Ela, se não vive um dia, sente-se péssima. Ela precisa de emoções fortes para se sentir viva. Ela precisa de surpresas. Ela precisa de amores gigantescos, de dimensões imensuráveis. Ela precisa viver o que resta como se não restasse mais nada.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Moulin Rouge

Escutando a trilha sonora de Moulin Rouge, penso na relação entre o amor e o ato de escrever, principalmente se for um amor sofrido e doído. A fase em que mais escrevi foi quando ele se foi, sumiu sem aviso, deixou-me sem refúgio e sem direção. Escrevia sobre a dor, o fim do amor. Hoje seria muita hipocrisia escrever sobre ele. Foi-se, não sinto mais nenhuma falta, só lembrei-me dele porque estava lendo meus antigos textos. Hoje tenho que procurar lá no fundo um assunto sobre o que escrever. Escrevo sobre mim. Admiro os que não sofreram com uma desilusão no amor e escrevem sobre isso perfeitamente. Não tenho tamanho dom. Ultimamente tenho sentando por aqui para registrar uma calmaria que me acompanha já faz um tempinho. Achava eu que já estava na hora de um novo amor me arrancar dessa leveza, mas vejo que estou bem assim. Estou bem comigo mesma. Só assim me conheço, sento para escrever como sou além de outrem, como sou realmente, sozinha, como sei sorrir desacompanhada, como ainda vejo beleza por mim mesma sem que alguém me aponte. Ponho no papel minha personalidade e me analiso com olhos compreensíveis. Perdoo minhas falhas e admiro minhas qualidades. Pensando bem, ficar um pouco sozinha não faz mal a ninguém. Mas que eu queria um Ewan McGregor cantando apaixonado para mim, eu queria.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Montanha-russa

Faltando quatro dias para os seus dezoito anos, ela se sentia mais só que nunca. Sentia sua família distante, todos se esforçando, interpretando um papel. Ela estava completamente perdida, esquecera as falas do próximo ato, não sabia o que fazer. Suas amigas pareciam mais fúteis que nunca. Pareciam não se importar. Mas no fundo ela sabe que boa parte de tudo isto se dá ao fato dela sentir mais que todos. Não há sensibilidade maior. Por isso sua vida é uma montanha-russa. Quando está lá no alto, ela sorri como uma criança, a vida é boa e ainda resta beleza. Ela acredita. Mas quando está lá em baixo, ela fica inerte, vê tudo passando, tudo cinza, misturado, confuso. Ela não se importa de não voltar mais para casa. Mas aí é que reside a beleza. Apesar dos momentos de inércia, ela sabe que não conseguiria desistir. Desistir da vida a privaria dos momentos no alto da montanha-russa, aqueles em que ela olha para baixo, acena, sorri, grita. Há beleza em como ela se transforma, desabrocha, são pequenas coisas que há fazem voar. Um filme, uma frase, um pensamento, uma voz, um cheiro. As pequenas coisas a fazem feliz, nem que seja por um dia ou dois.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Refúgio

Descobri! Descobri depois de tanto tempo porque continuo pensando em você incessantemente. Sempre me fiz essa pergunta. Não conseguia entender como eu “abusava” de certas pessoas tão facilmente, de quem realmente gostava de mim, e com você era tão diferente. Nós nem nos falamos mais e eu sonho com você todos os dias, eu ainda choro por você. Permito-me pensar nisso um dia todo, analisando fatos e dados. Você é meu refúgio. Era, ao menos. Saber da sua existência, falar com você, ir a sua casa me fazia melhor. Tornava-me diferente. Eu fugia de todas as conversas fúteis, da minha incompatibilidade com o mundo. Quando minhas amigas se preocupavam apenas em discutir sobre onde a depilação doía mais, e almejavam apenas casar e ter dois filhos, eu pensava em você. Pensar em você me imunizava de toda aquela besteira, daquela falta de querer algo mais, de ser melhor, de mudar algo. Daquela realidade crua jogada na minha cara. Na cara de uma sonhadora. Agora perdi meu refúgio. Estou tão perdida ultimamente, não sabia o porquê. Descobri: perdi você. A tristeza me invade sem avisar e não tenho aonde ir. A solidão vem me fazer companhia porque eu não lhe tenho mais. Creio que agora só resta aprender a me salvar, sozinha. Ser meu próprio refúgio.